Há algumas semanas, na minha turma de teatro, temos feito uma brincadeira para "estreitar" nossos laços de amizade que se chama Berlinda. É como se fosse um jogo da verdade, fazemos uma meia-lua e alguém fica no meio respondendo a pergunta de cada um e, claro, não vale mentir, não responder e tudo, tudo mesmo falado lá dentro, fica lá dentro. Uma das perguntas mais feitas entre nós é a querida "você se arrepende de alguma coisa na sua vida?"
Ainda não fui pra Berlinda.
Estava pensando no que responderia se me fizessem tal pergunta. Minha vida passou diante de mim e dei de cara com mil e uma coisas que gostaria de não ter feito, desde as menores como ter comido aquele hambúrguer antes de dormir, até das maiores, como ter me aproximado de pessoas que "me fizeram mal".
Junto a todo esse meu flashback criei algumas possibilidades dentro dos meus "arrependimentos"e me toquei de uma coisa: não somos as mesmas pessoas de hoje de manhã.
E se tivesse escolhido chá verde ao invés de café ontem? E se não tivesse atravessado a rua pra fugir do sol? Se não tivesse conversado com meus amigos durante o dia? Se não tivesse quase zerado minha última prova de matemática? Se não tivesse tomado um remédio? E se não tivesse feito as tais amizades que me fizeram mal?
Antes de chegar a minha conclusão criei, meio que sem querer, mundos paralelos imaginários onde eu seria eu mas ainda sem ser eu.
WTF Amanda??
Confuso né? É, tudo está embasado na física quântica, no princípio da incerteza de Scrödinger, onde as partículas se alteram diante de qualquer ação voluntária ou não (um gato colocado em uma caixa com pólvora pode explodir e morrer ou não), o que dá abertura para a possibilidade de inúmeras e incontáveis dimensões paralelas à nossa.
Talvez, em um mundo paralelo onde eu não tivesse, por exemplo, me aproximado de "pessoas que me fizeram mal", nunca aprenderia o verdadeiro valor de uma amizade, blé. Tudo bem, não foi a melhor maneira de aprender uma lição mas foi a minha maneira e gosto dos benefícios que ela me trouxe hoje.
Se pudesse voltar no passado e desfazer uma ação, não seria eu. Se arrepender é algo inútil, não faz sentido porque até onde sei, a vida é pra isso mesmo, errar, errar, se ferrar, se ferrar mais um pouquinho e quem sabe, aprender, servir de exemplo e o que me espanta é ver como todo mundo sempre diz "ah, se arrependimento matasse".
Tudo bem, estou dando exemplos bobos de coisas que aparentemente eram ruins mas deram certo no final e admito, existem erros irreparáveis que carregamos até a morte mas isso não vem em conta agora.
Ninguém sabe se a teoria da Incerteza pode ser comprovada cientificamente.
Ninguém sabe o que seria de nós sem nossos erros.
Ninguém realmente sabe o que seria de nós sem os tão amados arrependimentos.
Então pronto, taí um texto que não faz sentido e não vai melhorar a vida de ninguém e só vai te fazer ter um belo de um devaneio sobre a humanidade (ou não, né?).
Para entender a questão do gato aqui vai um vídeo de 2 minutos, do tamanho da paciência que eu tenho pra física mas, por incrível que pareça, não pra esse assunto. Beijos!